ESCÂNDALO EM CAMPINAS: Novo Semáforo no Padre Anchieta custa impressionantes R$ 204 MIL aos cofres públicos!
- Adriano Novo

- 21 de ago.
- 3 min de leitura
Um cruzamento no bairro Padre Anchieta, em Campinas, acaba de ganhar um semáforo com preço de ouro: R$ 204.817,93. O valor, que supera a casa dos 200 mil com folga, foi revelado através de documentos oficiais obtidos via Lei de Acesso à Informação (Protocolo E-SIC 594/2025) e levanta sérias questões sobre a aplicação do dinheiro público pela EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas).

A instalação do semáforo, localizado nas ruas Alberto Bosco e Amantino de Freitas, foi justificada pela prefeitura como uma medida para proteger pedestres, principalmente crianças em período escolar. No entanto, os próprios relatórios técnicos da EMDEC, anexados ao processo, admitem que o fluxo de veículos no local não atinge o mínimo necessário para instalação de um semáforo por critérios técnicos.
Ou seja: um equipamento caríssimo foi instalado onde, tecnicamente, não era necessário.
O que justificou um custo tão alto?
A planilha de custos detalhada (contida no documento esic_594.2025_DO.pdf) mostra itens luxuosos para um simples semáforo. Entre os mais chamativos estão:
4 Câmeras de Laço Virtual: R$ 64.720,00
1 Controlador de 8 Fases: R$ 30.975,00
1 Nobreak 800VA: R$ 25.260,00
8 Grupos Focais Principais (luzes) de LED: R$ 50.000,00
8 Grupos Focais de Pedestre de LED: R$ 38.218,02
A prefeitura argumenta que o sistema é de "última geração", com botoeira para pedestres e câmeras que ajustam o tempo do sinal verde de acordo com o fluxo de carros. Mas a pergunta que fica é: era necessário um sistema tão complexo e caro para um cruzamento de bairro com baixo fluxo?
A contradição dos documentos
O mais grave está no relatório técnico de viabilidade (contido no documento esic_594.2025_DPP.pdf), que é contundente:
"Conclusão: Dessa forma, temos que do ponto de vista de fluxo veicular, não se justifica a implantação de sinalização semafórica no local."
O documento ainda inclui um gráfico do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito onde o fluxo do local (601 veículos na hora-pico) fica bem abaixo do mínimo exigido, marcado por um ponto vermelho no gráfico.
Ou seja, a própria empresa municipal constatou que o semáforo não era tecnicamente necessário, mas mesmo assim prosseguiu com a obra milionária.
Comparativo com outros semáforos
Os mesmos documentos anexam planilhas de outros semáforos instalados pela EMDEC:
Av. São José dos Campos x R. Ant. Torquato (2024): Custou R$ 204.817,93
R. Das Hortênsias x R. Girassol (2023): Custou R$ 228.277,57
O semáforo do Padre Anchieta, portanto, é o mais caro dos três, custando quase R$ 55 mil a mais que o segundo colocado e R$ 55 mil a mais que o mais barato. A EMDEC alega que "cada cruzamento tem uma característica" e que os custos são variáveis, mas a disparidade salta aos olhos.
Transparência ou falta de?
A prefeitura informou que a obra foi realizada por equipes próprias, sem licitação específica, usando como base de preços o Contrato 008/2023. A instalação não gerou pagamento via nota fiscal, pois foi executada internamente.
Enquanto a população de Campinas clama por melhorias em saúde, educação e segurança, a prefeitura gasta QUASE TREZENTOS MIL REAIS em um semáforo que seus próprios técnicos diziam não ser necessário. Onde está o bom senso na administração pública?
Os documentos estão aí para quem quiser ver. O caso do semáforo de ouro do Padre Anchieta é um exemplo claro de como o dinheiro público precisa ser vigiado de perto pela sociedade.
Fontes:
Documentos oficiais obtidos via Lei de Acesso à Informação:
Protocolo E-SIC 594.2025 - Relatório Técnico (DPP)
Protocolo E-SIC 594.2025 - Planilhas de Custos (DO)
EMDEC - Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A
Documentos:









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