ESPERA DESUMANA: Pacientes aguardam até 2 ANOS por exames no Postinho Padre Anchieta em Campinas
- Adriano Novo

- 21 de ago.
- 2 min de leitura
Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação revelam filas absurdas para colonoscopia, tomografia e até cirurgia plástica pelo SUS; tempo de espera chega a 27 meses.

Um verdadeiro descaso com a saúde pública. É o que revelam os dados da Unidade Básica de Saúde (UBS) Padre Anchieta, em Campinas, onde pacientes esperam meses – e até anos – para realizar exames e consultas especializadas pelo SUS.
As informações, obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo turismólogo Adriano Novo, mostram um cenário de abandono e desespero na fila única municipal. Os números referem-se ao período de janeiro a maio de 2025 e foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Fila da morte: espera por colonoscopia chega a 27 meses
Enquanto a prefeitura se gaba de “gestão eficiente”, a realidade é cruel: pacientes aguardam mais de dois anos para fazer uma colonoscopia. São 189 pessoas na fila só em maio – e o tempo médio de espera é de 27 meses. Ou seja: quem entrou na fila no início de 2023 só deve ser atendido em 2025.
A situação não é muito melhor para quem precisa de uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada: a espera é de 8 meses, com mais de 200 pessoas aguardando na fila.
Cirurgia plástica pelo SUS: 18 meses de espera
Sim, você leu certo. Enquanto pessoas com dores crônicas esperam por ortopedia (8 meses) ou urologia (8 meses), a fila para cirurgia plástica tinha 18 pessoas em maio – e o tempo médio de espera era de 17 meses.
O que explica tamanha distorção? A Prefeitura de Campinas não se manifestou.
Exames de imagem: ultrassom de mama com espera de 5 meses
Para as mulheres, a situação é ainda mais alarmante. A fila para ultrassom das mamas tinha apenas 4 pessoas em maio, mas o tempo médio de espera era de 5 meses. Já a mamografia de rastreamento tinha 15 pessoas na fila, com espera de menos de 1 mês – um dos poucos pontos positivos.
“Fila dinâmica”? Para pior, sim!
Em nota enviada junto aos dados, a Coordenadoria de Regulação da Saúde tentou justificar a demora: “a fila é dinâmica (…) os casos prioritários são agendados antes”. Mas os números mostram que mesmo casos urgentes podem estar esperando meses.
Transparência pela metade
A Prefeitura não divulgou dados completos sobre todos os exames solicitados – como eletrocardiograma, MAPA, Holter e diversos outros –, o que levanta suspeitas sobre a real dimensão do problema.
Enquanto isso, a população segue esperando. E sofrendo.
Reação da Prefeitura
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Documentos com o relatório completo:









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